Mudança organizacional: você em movimento

A serpente há séculos tentava em vão convencer Eva a comer o fruto da árvore proibida no Paraíso. As artimanhas foram incontáveis: “Come Eva, você ficará mais poderosa do que Deus!”. Com voz preguiçosa e indolente Eva respondia, penteando os cabelos brilhantes: “Ah, não quero ser poderosa...”. E a serpente tentava, de novo, com voz macia: “Come, você ficará mais forte que o Adão!”, ao que Eva dizia: “Não quero ser forte.”, enquanto lixava as unhas impecáveis. Até que um dia, depois de uma eternidade, a serpente teve uma iluminação: “Eva, come. Emagrece!”. Sabemos nós, quase mulher alguma a culpa por ter comido a tal maçã, ainda que possamos reclamar das consequências pagas até hoje!

As mudanças são inevitáveis nas organizações, aliás, elas fazem parte da história do planeta Terra e de seus habitantes. É a evolução, o progresso e a sobrevivência necessários à vida. Nem tudo foi conscientemente programado, mas a transformação desejada pode ser impulsionada se soubermos atribuir um significado para as pessoas que fazem parte da cultura em questão. Ou seja, para cada um de nós existe um ponto específico que nos instiga e motiva a abraçar uma causa, ou refutá-la. Saber identificar este aspecto e proporcionar que o indivíduo usufrua deste elixir é um desafio a mais para os líderes em tempos de escassez de mão de obra qualificada.

E ainda que consigamos identificar, não é tão fácil, como pode parecer, saber a coisa certa a fazer, pois muitas vezes julgamos as nossas “boas” intenções, enquanto os outros enxergam os impactos que nossas atitudes provocam no todo ou no específico. Se quisermos propulsionar uma mudança, além de um plano estratégico bem definido, precisamos cuidar de pequenos pontos que passam despercebidos no dia a dia e que compõem a parte de cada um.

O primeiro passo é identificar quais os aspectos da cultura organizacional - que é composta pela história de uma empresa mais os valores efetivamente praticados pelas pessoas – precisam ser alterados para que a nova ordem cresça. Isto significa remover os fatores que restringem as novas práticas e atitudes desejadas. Por exemplo, se queremos estimular o espírito de trabalho em equipe, precisamos identificar um projeto, um objetivo comum e estabelecer um plano de ação no qual cada parte cumpra o combinado. O esperado é que todos façam, mas a prática nos mostra que não é bem assim. Por inúmeras razões sempre temos alguém que acha uma desculpa para não cumprir o acordado. E não é raro também que os próprios dirigentes façam concessões privilegiando mais os resultados que a forma pela qual os mesmos são entregues. Se as consequências não apontam para o que é esperado ou não em termos de comportamento, será muito difícil acelerar a transformação. Se a meta for aumentar os comportamentos que fortaleçam o espírito de equipe, precisamos restringir as ações que comprometam os acordos feitos pelo grupo.

Fica aqui o convite para que neste momento de grande estímulo ao pensamento criativo e inovador cada um reflita sobre o que tem feito para de fato construir a “empresa dos seus sonhos”.

Na história da expulsão do homem do Paraíso, Adão e Eva usaram o livre arbítrio. Nós também podemos refletir sobre o que faz sentido para nós e para as pessoas a fim de construirmos a empresa que além de querermos trabalhar, seja aquela que indicaríamos como exemplo de organização sustentável. Adão culpou Eva, que culpou a serpente quando, de fato, cada qual é responsável pela escolha que fez.

Sempre somos nós que fazemos as nossas escolhas, mesmo que seja pela omissão de não escolher. Desejo que esta reflexão nos estimule a fazermos cada um a nossa parte.

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